Tudo deu errado. Finalmente entrávamos na temporada sem pensar no final dela, no draft. Claro que, com cautela, alguns de nós acreditávamos até em algo a mais do que ser varrido na primeira rodada dos playoffs, ou, então, o famoso e famigerado 4-1.
Agora, cinco meses depois, temos uma verdadeira várzea em Detroit. Assistir um jogo do time é extremamente triste e irritante. Isso para nós, torcedores, porque, pessoas que simplesmente gostam de basquete com certeza tem o Pistons como uma das últimas opções em suas preferências. Tragédia anunciada? Talvez. Mas, porque deu tudo tão errado e, principalmente, o que esperar daqui para a frente? Tank? Draft? Nós do Pistons Brasil vamos tentar responder.
Separamos o fracasso da equipe na temporada em pontos, para facilitar um pouco. Vamos à eles, portanto, em ordem cronológica. Vale lembrar que, sobre alguns deles (ou até sobre todos), não é lá algo muito novo ou difícil de se perceber, mas que eu gostaria de falar. Dito isso, comecemos.
*Deixarei a troca absurda com o Bobcats temporada passada para o final.
1- Pressão em cima de Joe Dumars
O gerente-geral Joe Dumars já estava bem queimado com a torcida após a série de besteiras que ele colecionou nos últimos anos e, nessa offseason teria mais flexibilidade e, em tese, várias oportunidades de negócio para reforçar (ou não) o time. Pois bem, no final da temporada, o dono da equipe, Tom Gores, veio à público dizer que o time ia se reforçar, que ia fazer uma "limpeza" e tudo mais. Com isso, já sabíamos que: a) o técnico Lawrence Frank ia cair e: b) Dumars também tinha chances bastante consideráveis de perder seu emprego.
Pressão por resultados, histórico ruim, vontade de impressionar. "Vamos agregar talento, depois a gente dá um jeito de por todo mundo junto, vai ser demais". Com essa mentalidade, Dumars entrou no draft e...
2- Não escolher Trey Burke no draft
Pense na seguinte situação: Você tem um armador inconstante, cru e jovem. Na metade da temporada, para limpar salário, você troca seu único ala, e traz um outro armador, com contrato expirante. Esse, por sua vez, um ótimo jogador (sou fã do Calderón) ou, no mínimo, um bom jogador. Esse jogador, querendo disputar algo pela primeira vez na carreira, não renova com o seu time (e você também nem o procura para renovar, diga-se), e você fica com um jogador, até certo ponto promissor, mas que demorará tempo para amadurecer seu jogo.
Seguindo essa linha de raciocínio, com um garrafão jovem, em processo de amadurecimento e, um jogador talentoso também nesse mesmo processo, mas que não aparenta ter condições de ser o armador principal de um time, você chega ao draft e, no seu colo, cai um jogador:
- Identificado e ídolo da torcida e da população local
- Talentoso e que ia desenvolver seu jogo em um tempo parecido com o resto do seu time
- Um armador de verdade, que tem características reais de armador, que teve sucesso universitário e iria proporcionar ao seu time extrair toda a capacidade que o seu antigo armador tem para jogar em outra posição e, que estava escondida enquanto ele fazia o que não sabia.
O que você faz, então? Escolhe um shooter. Olha, na época eu fiz um texto sobre isso e a minha opinião continua a mesma. Foi o princípio da mentalidade de "adiantar o rebuild". Reconstruir um time é um processo muito mais complicado do que perder, draftar, draftar e voltar a vencer. É um processo que depende de conseguir bons valores e lapidá-los, com paciência e critério. O Pistons começou o rebuild muito bem, com um garrafão para dar muito certo depois de um tempo e, poderia ter o mesmo pensamento com seu backcourt, também.
Mas não, a sede inexplicável de chegar aos playoffs para ser varrido matou uma boa parte do nosso rebuild (senão ele todo). O pior é que, além de tudo isso, o rookie escolhido, Kentavious Caldwell-Pope, tem um nome melhor que seu basquete. Temporada fraca o suficiente para fazer Kyle Singler - que é um jogador que eu gosto muito, por sinal - retornar à posição dois e tomar sua vaga no time titular. Agora temos, Knight de volta à condição de armador principal. Isso nos leva a...
3- A contratação de Maurice Cheeks como treinador
Confesso que essa eu não entendi até hoje, mas, vamos lá.
Com a demissão de Lawrence Frank, precisávamos de um novo treinador.
Entrevistas com Nate McMillan, Brian Shaw, Maurice Cheeks. “Consultoria” de
Phil Jackson. George Karl e Lionel Hollins vinham de ótimos trabalhos em Denver
e Memphis, respectivamente. De repente, o anúncio era de que Maurice Cheeks
tinha sido contratado. Vindo de um trabalho em Oklahoma, como assistente
técnico de Scott Brooks, onde foi a ele creditado o “desenvolvimento de Russell
Westbrook”, Cheeks chegou (ou pelo menos é o que nós achamos), para ajudar
Knight a aprender como ser um armador. Basicamente é isso. Não se contrata um
técnico para ganhar, mas sim para desenvolver um jogador para uma posição que,
se tivesse feito o trabalho corretamente no draft, já teria dono.
Cheeks não tinha o controle do vestiário. Saíram na imprensa notícias de reclamações de jogadores, principalmente com Josh Smith. O ataque
centralizado nas mãos do sempre ineficiente e pouco inteligente Brandon
Jennings teve dois efeitos. Primeiramente estagnou o ataque de tal forma que
não era raro ver os jogadores simplesmente parados no jogo de meia-quadra da
equipe. Isso fazia com que Jennings ou forçasse arremessos – coisa que ele
adora fazer, são 27 (vinte e sete!!!)% de acerto em jumpshots na temporada – ou tentasse infiltrações que resultavam em tentativas de bandeja
frustradas um pouco longe da cesta (32,6% de aproveitamento) ou passasse a bola para chutes de três no perímetro. Outra desgraça.
Na defesa, a coisa era ainda pior. O time não defende, até hoje. No garrafão, Drummond se preocupa
com rebotes e Monroe não protege o aro. No perímetro, todos tem preguiça de
defender. Josh Smith que, na teoria, é um bom defensor, não tem a mínima
vontade de jogar. Não há sequer um jogador com boa defesa de perímetro no
elenco. KCP é o melhor, mas ainda assim não é o ideal. É realmente irônico um cara como Joe que vem tentando infindáveis vezes replicar o glorioso time que ele fez parte e fez do Pistons bicampeão da NBA, que era baseado em defesa e jogo psicológico montar um time assim, preguiçoso e sem defesa.
Ainda no mérito de Cheeks, a rotação. Confusa. Jerebko no
fundo do banco, formações inexplicáveis com Charlie Villanueva de pivô, Stuckey
de ala, enfim, muita invenção. E invenções não costumam dar certo.
Mas ainda iria ficar pior. Apesar de seu trabalho questionável, até que as coisas estavam melhorando um pouco. Então o que Joe Dumars (ou Tom Gores?) resolveu fazer? Demitir Maurice no meio da temporada. É muita competência. Sem Mo Cheeks, o natural seria trazer Lionel Hollins para a equipe. Lionel fez de um Memphis com características semelhantes ao time que o Pistons tem finalista da conferência Oeste. Mas não. John Loyer assumiu até o final da temporada. De lá pra cá, 5 vitórias em 23 jogos, incluindo vários vexames, o mais recente contra o Sixers, uma humilhação contra um time que vinha de vinte e seis derrotas consecutivas. O único ponto de destaque para o trabalho de Loyer até agora é que ele tirou um pouco a bola das mãos de Brandon Jennings, o que deixou os jogos do Pistons 400% menos horríveis de se ver. Vale ressaltar também que, talvez, esse movimento tenha feito a equipe assumir o tank, mas não tenho plena certeza disso, uma vez que o time não é ruim como a campanha diz, mas joga como tal. O talento está (está?) lá, mas por inúmeras razões não é extraído. Confesso que não sei até que ponto o equívoco Josh Smith é responsável pelo pífio desempenho sozinho. É realmente um conjunto de fatores, não apenas Cheeks, Smith ou Jennings (mas os três juntos).
4- Desespero na Free Agency
Com uma base boa e um time esperando para se desenvolver
para o futuro, o ideal era que o time se mexesse apenas para contratações
pontuais ou então se movimentar para trazer uma estrela para Detroit. O desespero
por uma série de playoff fez Dumars ir atrás de Josh Smith. Vou tentar resumir
o Smith porque se eu fosse falar tudo que penso dele aqui ia acabar saindo um
TCC. Basicamente, sua reconstrução está ancorada em dois pilares, mais
precisamente no seu garrafão. Especificamente, em Greg Monroe e Andre Drummond.
O que fazer? “Vamos dar um contrato de estrela para um jogador que consegue ser
bom e horroroso ao mesmo tempo. Melhor ainda: como temos um pilar da
reconstrução na mesma posição vamos contratar esse cara para jogar justamente onde ele
é horroroso e deixar mais uma lacuna no time”. Estava na cara que isso não ia
dar certo.
Josh Smith é o pior chutador de três pontos da história da
NBA. Não, você não leu errado. É o pior arremessador de longa distância de TODOS OS TEMPOS. Além do belíssimo aproveitamento de 24,7%, ele insiste em arremessos irritantes
para dois perto da linha dos três (344 tentativas, 34% de aproveitamento), é mais um totem estático no ataque do
Pistons (26% em jumpshots). O que irrita mais nele é que
ele mostra, às vezes, o quanto poderia ser útil e bom para o time, mas isso é
só em 5% do tempo, o restante é atrapalhando tudo e irritando todo mundo. Smith
joga sem vibração, sem vontade e sem esforço.
Imagem do site SB Nation (http://www.sbnation.com/2014/3/12/5488668/detroit-pistons-defense-breakdown-embarrassing-josh-smith) |
Repare na imagem como Smith está com plena consciência do que acontece em quadra e de onde ele precisa estar. Repare também no placar do jogo. Como eu não sou lá muito bom com táticas, defesa e tudo mais, recomendo esse maravilhoso artigo do SBNation , que lá tem mais imagens, vídeos e uma explicação melhor. Clique por sua conta e risco.
Mesmo quando joga em sua posição de origem, Smith continua mal. É o típico caso de jogador que vai para um time pior pelo contrato, põe o dinheiro embaixo do braço e não está nem aí com nada. E isso até 2017. Estou tirando o chapéu para Joe Dumars.
Mesmo quando joga em sua posição de origem, Smith continua mal. É o típico caso de jogador que vai para um time pior pelo contrato, põe o dinheiro embaixo do braço e não está nem aí com nada. E isso até 2017. Estou tirando o chapéu para Joe Dumars.
A bola chora ao ser tocada pelo Josh Smith. Ou sangra, nesse caso. |
Assim que trouxe Smith, Joe até que fez alguns movimentos
interessantes. Trouxe Chauncey Billups sem joelhos de volta para se aposentar
pela franquia, trouxe o scorer italiano Luigi Datome que, parece ser excelente,
mas não joga, além de Josh Harrellson, que eu não entendi até agora porque foi
contratado. Mas, para ser sincero, eu não entendo nada do que a diretoria do
Pistons faz, e isso já há muito tempo.
Seguindo, temos então uma lineup com Knight, KCP, Smith, Monroe e Drummond. Knight, que mobilizou os esforços de toda a diretoria para contratar um treinador que o ajudasse. Eis, então, que, faltando dois, três meses para o início da temporada, Dumars enxerga um “GRANDE” negócio. “Vamos trocar o cara que nos fez contratar um técnico mediano, junto com outro jogador que não utilizamos pelo Brandon Jennings”.
Ah, o Brandon Jennings. Eu não sei quem me irrita mais.
Jennings, como já dito aqui é a ineficiência camuflada. Seus números
parecem decentes à primeira vista, mas basta ver ele em quadra por dez minutos
para perceber que os números, nesse caso, podem até não mentir, mas escondem –
e muito bem – a verdade. Jennings arremessando 37% de quadra, e 34% para 3 pontos, com uma infinidade de arremessos idiotas e forçados. Quando resolve infiltrar? Ainda pior. São 28,4% de aproveitamento em arremessos/bandejas entre 8 e 16ft de distância da cesta. Outro número interessante para ver o quanto Jennings força seu jogo é que absurdos 83% de seus arremessos de média distância e 58% dos arremessos de três não tem assistência. Ou seja, quica a bola pra cá, pra lá e chuta. Que belíssimo armador. Aí
são algumas assistências aqui, um arremesso com sorte ali e, de repente, ele é
o jogador com a quarta maior média de assistências da NBA.
Shot chart do Jennings, coisa linda |
E, vale ressaltar, que esses movimentos nos condenaram dando
errado, a uma campanha semelhante, ou até pior do que a do ano passado. Mas se
o time tivesse encaixado, com realismo, um time com Jennings e Smith não vai a
lugar nenhum. Basicamente, a offseason da equipe condenou o Pistons à duas
realidades. Estagnar na segunda rodada do Leste todo ano até o próximo rebuild
ou um desastre completo – o que ocorreu.
- Linhas gerais
Claro que, embora a culpa seja majoritariamente dos citados, não podemos esquecer que, como o basquete ainda é um esporte coletivo, o time como um todo também entrou muito mal para essa temporada. Billups não jogou, limitado por lesões e, quando esteve em quadra foi muito mal, muito. Embora ainda saiba organizar o jogo um milhão de vezes melhor que Jennings a idade não o deixava fazer direito o que tentava, o que fez com que o começo de seu retorno à Detroit fosse desastroso. Bynum também vem tendo uma temporada para esquecer. Sua boa química em quadra com Andre Drummond desapareceu (este último que vem sendo a estrela solitária da equipe), então seu jogo não flui mais. Somado a isso, (mais uma) temporada ruim de Rodney Stuckey que, dessa vez, conseguiu me enganar. Começou a temporada como um legítimo sexto homem, mantendo o Pistons em jogo por diversas vezes enquanto o resto do time amassava o aro. Mas, passou o tempo e Stuckey voltou ao normal. Em seu último ano de contrato, não tenho certeza de seu futuro em Detroit.
KCP faz uma temporada ruim, mas normal, visto que acabou de chegar na liga e ainda está em processo de adaptação. O maior problema em cima dele não tem exatamente a ver com seu jogo, mas, o calouro consegue se destacar por sua defesa - em uma equipe que não defende ninguém - fica difícil de tentar adivinhar o que pode se tornar no futuro. É esperar para ver.
Kyle Singler e, o agora utilizado, Jonas Jerebko são o ponto bom dos jogadores de, injustamente, menos destaque do time. Singler virou titular no decorrer da temporada e consegue fazer algo que o resto do time não sabe (exceção feita ao próprio Jonas): chutar de longa distância. São números de aproveitamento próximos de 40% para ambos, embora, assim como todos os outros eles não saibam defender nem a própria sombra.
Greg Monroe jogando o que sabe, embora esse esquema tático com ele e Smith atrapalhe muito ambos. Moose, cujo contrato acaba no final dessa temporada é um dos jogadores mais vibrantes do time. Veio à público diversas vezes queixar-se do desempenho patife da equipe e parece que as derrotas doem nele, diferente da maioria do elenco. Uma pena que nosso grande GM preferiu outro jogador à ele.
E, por fim, a nossa estrela solitária. Andre Drummond, um gênio dos rebotes, principalmente ofensivos (uma das poucas qualidades desse time é a capacidade de pegar rebotes ofensivos). Andre e seu físico irreal estão protegendo o aro razoavelmente bem (29,3 pontos cedidos ao adversário em média). Mas pesam contra ele seu repertório ofensivo ainda fraco e, principalmente seu tenebroso desempenho em lances livres. Assustadores 41% de aproveitamento. Mas ainda assim, ele é o nosso jogador para o futuro e temos que ter paciência com ele. Já vimos que apressar as coisas é uma péssima idéia.
Além disso, ressaltar meia dúzia de jogos em que o time jogou realmente bem. Nada perto do que imaginávamos, mesmo nos mais realistas dos cenários.
5- Draft
Nesse final de temporada, entramos em modo tank. Ok, o time é realmente ruim, mas, 25 pontos para um Philadelphia que vinha de 26 derrotas em sequência eu sinceramente não consigo acreditar que é possível sem uma forcinha da própria equipe. Mas, porque o tank é necessário? Porque nosso gerente-geral trocou a escolha desse ano em mais uma troca ridícula no desespero de adiantar o rebuild. Enviou a pick para o Bobcats, junto com o outro erro Ben Gordon (teimosia de adivinhem quem) em troca do contrato expirante de Corey Maggette para abrir espaço no cap e trazer Josh Smith. É um erro atrás do outro.
Analisando a tabela da equipe até o final dessa temporada, só temos dois jogos teoricamente fáceis. Com a campanha final provável de 27 (ou 28) vitórias, ainda estaríamos bem longe da nona pior campanha, hoje do Denver Nuggets, que, hoje, tem 32 vitórias, empatado com o New Orleans Pelicans. Com sorte, poderíamos ser ultrapassados por Lakers ou Kings. Ambas as equipes tem tabela tão difícil quanto a nossa, mas eles se enfrentam uma vez. Enfim, sem fazer muita estimativa e, considerando que o Pistons vencerá mais um jogo, pelo menos, é bem provável que a equipe fique mesmo com a oitava pior colocação, posição limite da proteção da pick, o que nos leva a outro problema, depender da loteria do draft. Caso algum time entre as 9ª e 14ª piores campanhas dê sorte no sorteio e suba ao top 3, automaticamente a nossa escolha é enviada ao Charlotte Bobcats.
Caso consiga manter a pick do draft, é buscar urgentemente um ala-armador ou ala no recrutamento, dependendo do quanto vão se esforçar para manter Monroe. Todo mundo anda dizendo que a classe desse ano é profunda e espetacular, então não deve ser tão difícil encontrar um bom jogador dentro das oito primeiras escolhas. O grande problema mesmo é caso percamos a escolha, porque aí, caso ninguém tire um coelho da cartola é outro ano exatamente igual esse foi.
Mas, antes de tudo isso, o primeiro movimento a ser feito,
imediatamente após o final da temporada é a demissão de Joe Dumars. Como já
escrevi, ele achou que tinha descoberto a fórmula do sucesso e afundou um
time promissor até 2017. Com um GM novo, quem sabe consigamos uma troca por
Josh Smith, porque não? Masai Ujiri assumiu o Raptors e conseguiu trocar Rudy
Gay, que era ainda mais difícil de ser trocado que o nosso amassador de aro.
Além disso, já é hora de mudar os ares dentro da equipe, o tempo de Joe no
cargo já passou. Só não pode trazer o Isiah pro lugar dele (dói demais escrever
isso mas é a verdade).
E o elenco? Bom, a primeira coisa que eu faria era dar um jeito de fazer com que o Josh Smith e o Brandon Jennings nunca mais colocassem os pés no estado de Michigan. Mas, eu não acredito que ambos sairão, não tão cedo, seria bom demais. Com o contrato de Greg Monroe expirando (outra idiotice do nosso amigo Joe), o mais provável seria arrumar uma sign-and-trade com ele por algum ala ou ala-armador. A questão é quem poderia ser esse jogador. O pior cenário possível – e que eu acho capaz de acontecer – é enviá-lo por algum jogador mediano e perder Moose por nada para ficar com Josh Smith. Aliás, a idéia de manter Smith por mais uma semana, que seja, já me desagrada. Mas, com seu contrato-bomba, ele só será trocado se for explicitamente o que a diretoria queira fazer, visto que a troca seria por jogadores inferiores (inferiores?) ou então, contratos ruins.
Se não trocar Smith, Jennings teria que sair. Outra negociação complicada de se fazer, não tanto pelo contrato, dessa vez, mas porque é relativamente fácil de se achar armadores na liga hoje em dia, para algum time aceitar uma troca por um jogador com algum valor e receber um armador sem cérebro que ganha $8 milhões por ano.
A contratação de Lionel Hollins, ou qualquer treinador de
verdade, já ajudaria demais. Um técnico disciplinador, que controle o vestiário
e impeça os jogadores pouco inteligentes da equipe de fazerem imbecilidades com
a bola. Um treinador que consiga desenvolver uma unidade defensiva decente na
equipe e que faça o ataque se movimentar e fazer com que cada jogador conheça
seu papel sem a bola nas mãos. Só isso. É pedir muito?
E, por fim, não renovar com Rodney Stuckey, ou renovar por
um valor justo para o que ele pode oferecer. Stuckey até hoje não sabe em que
posição joga ou o que faz em quadra, já que, com o término de seu contrato e o de Villanueva, o Pistons terá certa flexibilidade para, talvez, renovar com Monroe. Mas na bagunça atual, ele vem sendo útil
em alguns jogos (o que não quer dizer muita coisa). O dinheiro de seu contrato
poderia ser usado para pagar uma renovação para Monroe ou até receber contratos
ruins para poder se livrar do Josh Smith.
Essa é a temporada 2013-14 do Detroit Pistons. Tudo que
poderia dar errado, deu. E, parafraseando a lei de Murphy, deu tudo errado, da
pior maneira, no pior momento, de modo que causou o maior dano possível. E esse
dano permanece, no mínimo até o próximo rebuild. No mínimo, até 2017.
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