O maior de todos os Pistons |
Essa semana, em especial e, nos últimos dias, Isiah "voltou aos holofotes", ao comentar (e até respondeu o Daniel!!) em tempo real, pelo perfil da NBA TV no twitter, a reprise - transmitida pela própria - do sexto jogo das finais da NBA de 1988, quando enfrentamos o Los Angeles Lakers. Além disso, quero comentar a lista feita pela ESPN Brasil, sobre os 30 maiores (ou não) jogadores da história da NBA.
Vamos começar pela transmissão. Terça-feira (27) a NBA TV resolveu reprisar a partida contra o Lakers, em 1988. Depois de bater na trave algumas vezes, inclusive no ano anterior, quando derrotado pelo Boston Celtics de Larry Bird nas finais da conferência Leste, o Pistons chegava à sua primeira final, desde que entrara para a NBA. Chegando lá, o tradicionalíssimo Lakers os esperava e, pra falar a verdade, não assustou tanto assim.
Depois de perder dois dos primeiros três jogos, o Pistons venceu duas partidas no Palace, chegando ao tal jogo seis precisando vencer para sagrar-se campeão da NBA, pela primeira vez. "Jogando o seu jogo", o Pistons fez um segundo quarto ruim, e foi para o intervalo perdendo por 56-48. Na volta do descanso, Isiah Thomas comandava a equipe, até que sofreu uma lesão no tornozelo. Mesmo com dores, voltou e ajudou o Pistons a conseguir uma liderança de dois pontos, ao fim do período. Thomas terminou o quarto com 25 pontos, um recorde (de pontos em um só quarto, nas finais) que perdura até hoje.
O Pistons foi levando o jogo e, no fim, perdeu. Infelizmente, uma falta - mal marcada - à 14 segundos do fim do jogo custou a liderança - e o jogo - ao Pistons, que tornaria a perder, dessa vez o jogo 7, e o título ficaria em Los Angeles.
Isiah comentando foi uma grande idéia da NBA TV. Ao invés de simplesmente reprisar um jogo histórico - e são muitos -, colocar um dos atletas que participou desse jogo, para falar sobre ele, contar bastidores, contar seus sentimentos em quadra é uma experiência única para qualquer fã do esporte, principalmente para nós, que torcemos para o Detroit Pistons. No fim das contas, a derrota pouco importava.
Alguns tweets de Thomas sobre o jogo
Watching the game right now my palms are sweaty. I remember the butterflies in my stomach at the start of the game. #IsiahLive
— NBA TV (@NBATV) August 28, 2013
My mother used to say its only pain #IsiahLive
— NBA TV (@NBATV) August 28, 2013
Everything slowed down from here,i felt like i was playing in slow motion #IsiahLive
— NBA TV (@NBATV) August 28, 2013
I wanted to win so bad it took everything i had inside not to start crying on the bench. #IsiahLive
— NBA TV (@NBATV) August 28, 2013
E, claro, o mais importante deles, para nós, fãs brasileiros do Pistons
.@dielcaires we loved each other like family! #IsiahLive
— NBA TV (@NBATV) August 28, 2013
Desculpa aí, Daniel, mas eu também me senti "respondido" pelo Isiah viu? Não pense que é algo exclusivo seu, porque não é!
Lista ESPN
Essa já é mais antiga, do dia 19. Acredito que todos já devam ter visto, mas essa lista deu muito burburinho, então achei legal comentar. Ela está aqui, caso você ainda não tenha visto.
Pra começar, eu sou terminantemente contra classificar jogadores em ranking. Quer fazer uma lista dos melhores jogadores? Faça, mas não os classifique em posições, é muito injusto. Ao meu ver, é impossível comparar jogadores de épocas diferentes, ainda mais se eles forem de posições distintas.
O fato é que muitos fatores interferem na performance de um jogador. Sem desmerecer lendas dos anos 50 e 60, é inegável que naquela época os adversários não tinham o preparo físico que tem hoje, o que favorece(ia) atletas com físico absurdo, como Wilt Chamberlain, por exemplo. Mas isso não quer dizer que Wilt é pior que caras que vieram depois, como Shaq, por exemplo. Apenas que cada um teve o seu impacto (monstruoso) em diferentes épocas, situações e contra adversários diferentes.
Usar médias para comparar jogadores pode ser um caminho, mas algumas médias individuais dependem muito da equipe que tal jogador tem em volta. Enfim, vamos falar sobre o Isiah.
Isiah foi classificado na 29ª posição, à frente de Tony Parker, e atrás de (muitos) jogadores que podem ser questionados, se realmente são melhores que Isiah. Caímos, novamente, no dilema da época e posição diferentes. Na lista da ESPN, foi usado um critério que multiplica a média de pontos do jogador (e só ela) por dois, o que favorece, principalmente, shooters, como Allen Iverson. Isiah era um armador diferente de AI, o que não quer dizer que era melhor ou pior. Mas em termos de ranking, Thomas teve mais sucesso coletivo, ganhando dois anéis, enquanto Iverson - que recentemente se aposentou - não conquistou nenhum (embora tenha carregado o sixers nas costas até às finais de 2001). Isiah, por exemplo, tem uma média de pontos abaixo da média de cestinhas e shooters (19.3) embora seja uma ótima média. Mas sua média de assistências (9.3) é superior à 90% dos jogadores, sejam eles armadores ou não. E por isso, ele foi prejudicado no ranking.
Não podemos ir contra os números, nem que eles possam ser enganosos. A verdade é que para medir o impacto de cada jogador em seu time, e como ele afetou o jogo dentro de quadra não há estatística precisa. E por isso rankings são injustos, principalmente - torno a dizer - julgando jogadores de posições diferentes.
E Isiah tinha que estar no top 15.
Excelente trabalho, muito boa a matéria. A galera do blog está de parabéns. Não sou torcedor do Pistons, mas sempre fui encantado pela maneira desse lendário armador jogar. Dava para ver que Isiah Thomas, jogava com garra e amava a franquia de Detroit.
ResponderExcluirContinuem com o bom trabalho.
Grande abraço!