quinta-feira, 18 de abril de 2013

Hora da faxina?

Frank foi demitido por conta dos maus resultados  (Foto: Getty Images)
Olá pessoal. Como vocês sabem, a temporada acabou para o Pistons, e foi decepcionante. Em decorrência, o dono do Pistons, Tom Gores, resolveu que está cansado da situação da sua equipe. Com o time fraco, arena quase sempre vazia, e um provável prejuízo em seus cofres, o bilionário dono da Platinum Equity resolveu que era hora de mudar. Veio a público e deu algumas declarações, que vamos comentar e, claro, a principal delas será a demissão de Lawrence Frank.
O Pistons terminou a temporada ontem, com uma derrota por 103-99 para o Nets, em Brooklyn. A campanha? Um pífio 29-53. Playoffs? Longe, muito longe. 
Realmente, a fase do Pistons não é das melhores, isso todo mundo sabe. O time começou a temporada como uma incógnita completa, não sabíamos o que esperar. Talvez Tom esperasse mais do que a razão permitia. Tom, assim como nós torcedores, terminou a temporada decepcionado.

Na última segunda-feira (15), Tom falou com a imprensa, e desabafou. Disse estar decepcionado com a equipe, e disse "I'm here to assess the situation", em claro e bom português, estou aqui para "arrumar a casa". E continuou, dizendo que estava animado com o futuro, mas descontente com o presente.
Tom se reuniu no domingo com Lawrence Frank, e o dirigente geral do Pistons, o ex-jogador Joe Dumars, ali acho que a decisão foi tomada. Gores elogiou bastante Frank, mas o tom de suas declarações já davam a entender o que seria feito. 

Lawrence assumiu o Pistons em 2011, após a demissão do fraco John Kuester. Frank tinha passado toda sua carreira dirigindo o New Jersey Nets, e foi demitido após sua equipe ter perdido os 16 primeiros jogos da temporada 2009-2010. Após isso ficou um tempo como comentarista, até ser contratado pelo Celtics como técnico assistente (substituindo Tom Thibodeau), em 2010. Chegou no Pistons na temporada passada, reduzida pelo locaute, e repetiu um péssimo início de temporada, que aliás parece ser a marca registrada de seu trabalho. Dos primeiros 24 jogos, o Pistons venceu apenas 4. A partir daí, alternou momentos ruins e bons e conduziu a equipe de Detroit a uma campanha de 25-41, terminando a temporada na 10ª colocação na conferência Leste. Veio um novo ano, veio Drummond, veio esperança, ficaram decepções. O Pistons começou mal de novo o ano. Foi uma das últimas equipes a conseguir sua primeira vitória, que veio apenas na nona partida. Nos primeiros 24 jogos, apenas 7 vitórias. Frank não conseguiu fazer o Pistons fazer sequer uma sequência de 5 vitórias. Em compensação, sofremos dez consecutivas, e amargamos Março inteiro com apenas uma vitória em 14 jogos, enfim, números negativos não faltam.
Sinceramente, não conheço muito de táticas e jogadas, então prefiro não comentar. Mas Frank tomou várias atitudes, no mínimo questionáveis. 
Tirar Maggette e Jerebko - ainda que este último tenha jogado na parte final da temporada - da rotação, não dar rodagem a Middleton e English - que também tiveram chances depois de um tempo - e principalmente, colocar Drummond na reserva de Maxiell, provavelmente cavaram a própria cova do treinador. 

Claro, houve pontos bons. Eu mesmo, defendia a permanência do treinador. O Pistons é um time desorganizado, não sei se por conta do treinador. Acredito que a falta de experiência, e a baixa idade das estrelas do time, sejam a principal causa desse problema, mas Frank tem sua parcela de culpa nisso também. Gostei bastante do espaço dado a Villanueva, que voltou a rotação, e da parte final da temporada, deu bastante rodagem aos novatos do Pistons, que ganharam espaço na rotação do treinador. 

Sabe-se que Frank declarou que não queria voltar para a próxima temporada, se fosse demitido antes do quarto ano de seu contrato (2014-15), que era uma team option. Acho que se Gores e Dumars queriam demiti-lo, esse deve ter sido o motivo principal. Bem ou mal, ou os dois, Frank deixa o Pistons após duas temporadas, 148 jogos disputados, 54 vitórias, e 94 derrotas (36,5%). De todos os treinadores que já passaram por Detroit (apenas com mais de 100 partidas), apenas Dave DeBusschere (1964-1967) - que foi por um tempo treinador-jogador - com 35,6% (222J/79V/143D), Don Chaney (1993-1995), com 29,3% (164J/48V/116D) e John Kuester (2009-2011), com 34,8% (164J/57V/107D) tiveram aproveitamento inferior. 

Pode até ser controverso, mas o Pistons é grande demais para se contentar com campanhas desse nível, cinco temporadas seguidas sem ir aos playoffs não condiz com a magnitude do time de Detroit. Às vezes, grandes coisas começam com grandes mudanças.

Dumars
Havia a expectativa (?) de que Joe Dumars, dirigente geral do Pistons desde a temporada 2000-01, e em baixa desde as besteiras que fez em 2009, quando ofereceu contratos astronômicos para Charlie Villanueva e Ben Gordon, fosse demitido como parte dessa renovação, mas ao que parece, não vai ser. Até o momento nada foi anunciado, e particularmente acho muito difícil sair agora. Se Gores o quisesse demitir, teria feito junto com Frank, mas vamos esperar. Se coubesse a mim decidir, não o demitiria. O Pistons tem um enorme espaço em cap esse ano e tem a rara oportunidade de mudar tudo de uma temporada pra outra. Daria esse crédito ao Joe, mesmo depois de Villa e Gordon. Acredito nele. 

Calderón
Calderón é expirante, e como todos sabem, chegou ao Pistons no decorrer da temporada, na única grande troca desse ano, que levou Rudy Gay para o Toronto Raptors e Tayshaun Prince para o Memphis Grizzlies. Ontem, Calderón publicou a seguinte frase em seu twitter oficial:"Thank you to all Pistons fans for your support. You guys made everything easier for me after being traded. Thanks Detroit!" (Obrigado a todos os torcedores do Pistons por seu apoio. Vocês fizeram tudo mais fácil para mim após a troca. Obrigado Detroit!) 
Óbvio, o tweet é de livre interpretação, mas soou como uma despedida. Dumars chegou a declarar que gostaria muito de renovar com Calderón. Mas, ele também precisa querer ficar, e já declarou também, que será sua primeira oportunidade de testar a free agency. Acho ele muito bom jogador, mas não vale um contrato absurdo. Acho difícil renovar.

Ao que parece, essa offseason será um misto de tensão e esperança para nós torcedores do Detroit, como disse o Thiago em nosso perfil do twitter. Só resta esperar, essa off para o Pistons é como um jogo de xadrez. Os movimentos certos, poderão levar à glória. Os errados a mais e mais derrotas.

Encerro esse (longo) post, pedindo desculpas - mais uma vez - pela inatividade, mas em poucos dias detalharei os projetos para esse período de offseason aqui no blog mesmo, e em nosso perfil no twitter, o @detroitbasket. Acho que a melhor maneira de terminar, é com uma frase do próprio Gores: "Estamos preparados para fazer qualquer coisa para montar um time campeão. Você pode falar ao mundo inteiro, estamos prontos para gastar!"

#GoPistons!

4 comentários:

  1. ótimo artigo. Precisamos de um um técnico de nome e que desenvolva uma boa defesa, a exemplo do bulas que mesmo sem Derrick Rose, e No ah, consegue ser competitivo. A nível de elenco, precisamos nos livrar do stuckey. Um pivô experiente pra ajudar tanto Drummond, quanto Monroe e que faça parte da rotação substituindo Maxiell. e no draft tem que pegar o melhor possível, de preferência, na posições de 2 ou 3. o Um armador que facilitasse o nosso garrafão seria o ideal, vejo o nosso time parecido com o Memphis

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo quanto ao técnico. Quanto ao elenco, acho que falta mais um jogador de garrafão, um defensor de perímetro e um scorer. Podemos achar todos eles na FA desse ano.

      Excluir
  2. Esse é o medo Amigo.

    O Gores querendo gastar e dando essa grana na mão do Joe.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, mas se for por na balança, Joe acertou mais do que errou, desde que assumiu. Daria essa chance pra ele consertar as besteiras de 2009 mesmo podendo condenar o time a mais 4 ou 5 temporadas no ostracismo. Abraço!

      Excluir